quinta-feira, 19 de maio de 2011

A difícil arte de esperar








                Sou ansiosa; esperar para mim é um sacrifício gigantesco. Desde janeiro, vivo em total estado de espera. Espera por uma resposta de editoras, espera pela Bienal, espera pela nova capa, espera pelo Festival da Mantiqueira, espera por respostas de livrarias, espera, espera, espera...
                O mais complicado em minhas gestações eram os nove meses; praticamente um ano de planejamento para o evento era algo torturante. Dizer que não aprendi nada com elas não é verossímil, sei que a natureza segue seu curso e que temos que aceitar isso. Traduzindo: editores, editoras, capistas e todo o resto também têm seu ritmo próprio e eu preciso aprender a diminuir o meu. Procuro não pensar muito sobre isso. O problema é que não consigo e me sinto seguida pelo encosto da alma penada que me pergunta a todo instante:  “Será que é hoje?” “NÃO SEI!” Grito descontrolada.
                 Sinto que minha vida só vai começar a se movimentar no próximo semestre. Sei lá, uma sensação de que só estarei completamente pronta para enfrentar todas as coisas que estão por vir em agosto. Talvez por saber que eu terei que permanecer de molho por um mês esteja minando meus progressos.
                Não posso reclamar, a maturidade me fez aprender a pelo menos ficar quieta no meu canto enquanto minha cabeça trabalha. Aproveito a inquietação para terminar o terceiro livro e começar a esboçar melhor o quarto. Ócio criativo. Se bem que ociosa é uma coisa que eu não consigo ser. Criativa, no entanto... Bem, isso é o que eu sou.
                Então, agradeço a Deus; ele não me fez uma mulher paciente, mas me deu armas para poder segurar a minha inquietação interior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário